12 de dezembro de 2010

Mais Vitrines

Natal em NY! e isso significa que as grandes lojas de departamento já inauguraram suas vitrines para as festas de final de ano. Todas, sem exceção, já publicaram seus convites nos jornais chamando a população para as noites onde as cortinas são abertas e pequenos mundos mágicos se abrem nas calçadas.

Como todos os anos, a Macy's mostra algumas cenas da história de Natal, "Milagre na rua 34" (onde a loja fica) e algumas outras vitrines temáticas, na Barney's, loja que tem as vitrines mais sarcásticas e modernosas, o tema é "Have a foodie Christmas!" brincando com a nova mania novaiorquina de se jogar aos pés dos chefs e restaurantes locais. As vitrines trazem caricaturas dos grandes chefs da cidade. Porém, o grande destaque dessa vez foi a clássica e elegante, Bergdorf & Goodman, com vitrines com o tema "Wish you were here", a loja decorou suas 18 vitrines (só na loja feminina) com cenas mágicas que misturam centenas de objetos absolutamente díspares mas capazes de construir um conjunto fantástico.

Os making-off's da Macy's e da Bergdorf você pode ver aqui e aqui. Enjoy!



Barney's




Macy's



Bergdorf Goodman


7 de dezembro de 2010

"Black Swan", de Darren Aronofsky

Ontem vi "Black Swan" do Darren Aronofsky (que também fez Réquiem para um sonho) e tinha esquecido porque evitava um pouco os filmes dele. Pra começar, é aflitivo. A Natalie Portman parece que vai chorar toda hora, os olhos dela vivem cheios d'agua, ela está aflitivamente magra e o diretor fez uma escolha de mostrar aqueles pequenos machucados sem importância mas que fazem todo mundo soltar aquele sonoro "ssssss!" quando vê, como é a cena da unha quebrada e da cutícula que sangra. Aflição, não consegui parar de pensar que tudo no filme dava aflição.

Além disso, como todos os filmes do Aronofsky, Black Swan leva a personagem principal ao fundo do poço. Nesse caso, por causa da paranóia, do medo e de dezenas de outros fatores que vão surgindo durante o roteiro. Enfim, eu não quero fazer uma crítica, eu gostei (apesar de alguns momentos bem dignos dos piores filmes de fantasmas-que-vêm-matar-pessoas) mas uma coisa que não me deixou em paz foi a direção de arte junto com a fotografia.

Black Swan" é sobre uma jovem bailarina, Nina (Portman), que se torna primeira dançarina do corpo de baile de uma companhia em Nova York. Porém, Nina precisa deixar sua graça, leveza e perfeccionismo de lado para poder encarnar um papel duplo no balé "O Lago dos Cisnes" onde ela dançará como Cisne Branco (beleza, inocência) e Cisne Negro (sensualidade, esperteza e cinismo). A tarefa começa então a ser árdua demais para Nina e ela pode se tornar a qualquer momento uma ameaça a si mesma.

O mais interessante da direção de arte desse filme é que ela está presente, não é algo apenas para você se ambientar, ela está explicando também. As características dos personagens estão impressas nas paredes, nos lençóis, nos quadros, nos bibelôs. Nada é por acaso e nada é sem sentido. Cada cômodo da casa de Nina, por exemplo, tem uma função psicológica que você nota pelos objetos, pelas cores, pelos espelhos (o filme inteiro tem muitos espelhos e reflexos, mas esses têm uma explicação bem óbvia). O apartamento do diretor do corpo de baile (Vincent Cassel) aparece apenas uma vez no filme inteiro mas você consegue perceber tantos significados e sentidos para o personagem.


Por um lado, fazer a direção de arte gritar assim tem seus perigos, pode virar clichê, pode tornar todos os ambientes muito pesados, cheios de coisas que simbolizam características, mas nesse caso, a diretora de arte Thérèse Deprez (fez também Alta Fidelidade, American Splendor) conseguiu driblar essa questão e eu adorei. Como tudo é muito à flor da pele no filme, ter um certo entulhamento não atrapalha.

Não posso deixar de mencionar o figurino que, acompanhando a direção de arte, adicionava mais elementos para colaborar no conjunto físico e psicológico da personagem Nina e a maquiagem extremamente expressiva da cena do balé.








6 de dezembro de 2010

Melhor Direção de Arte em Brasília 2010

O Festival de Brasília desse ano anunciou, há alguns dias, os vencedores da sua competitiva. Melhor filme e melhor direção ficaram com "O Céu Sobre os Ombros", de Sérgio Borges. Mas, o que nos interessa é a direção de arte, que ficou para o filme "A alegria", segundo filme da trilogia "Coração no Fogo", de Felipe Bragança e Marina Meliande. 

 "A Alegria" é um filme sobre a juventude, sobre coragem com toque de fantasia e o diretor de arte Gustavo Bragança e a diretora assistente de arte (amiga querida e talentosa, aliás, talentosos os dois!) tiveram que trabalhar com o real e o fantasioso pelo filme todo. O trailer já dá uma idéia do que eles desenvolveram. O filme ainda não estreou no circuito nacional mas já vai acumulando prêmios e reconhecimento por onde passa.

O link para o trailer está aqui.

14 de novembro de 2010

Hey!

bom, eu sei que não tem ninguém aí. Ainda.
Anyways! Seja bem-vindo! Seja lá quem você for!

Um pouquinho sobre este blog, só um poquinho, porque eu sei que a maioria que passar por aqui vai estar com fome de imagem. Mas já aviso que este blog não é um blog de referência, ele TAMBÉM é um blog para referências mas, espero eu, que ele se torne um blog mesmo de direção de arte. Tudo que gira em torno disso um dia estará aqui. Então, textos grandes, entrevistas, artigos, letrinhas miúdas passarão, mas pode deixar que sempre deixarei uma imagenzinha que seja, para ninguém passar batido.

E chega. É isso. Direção de arte e aos poucos vou falando aqui o que eu acho que isso é (alguém sabe?)
Para começar, como ando afundada nisso até o pescoço nesses últimos 3 meses, vou dar uma esticadinha no conceito de direção de arte e trazer para vocês meu mais novo amor: Vitrinismo ou Window Design! (e quem disse que você não pode ser diretor de arte para fazer isso?)





Isso é só um poquinho do que eu venho coletando pelas ruas de NY enquanto estou por aqui. Depois volto para casa, Rio de Janeiro, Brasil e quem sabe teremos umas boas contribuições também.