16 de abril de 2012

Ai que saudades que tenho...

Tenho saudades de coisas que não vivi, é tipo nostalgia só que diferente. Uma delas é andar pelo Rio na época em que a Praça Paris não era cercada nem tinha nossas "colegas", que a Rio Branco terminava no mar, que descia-se do Hotel Glória para pisar na areia e que o Edifício Victor, na Rua Riachuelo esquina com Lavradio, guardava uma senhorinha distintíssima que tomava chá em samovares de prata. Mas, principalmente, sinto falta de ir ao cinema. Ir ao cinema quando o São Luiz abrigava 1.794 pessoas. Sinto falta de ver um filme quando 1.794 pessoas também quisessem vê-lo junto comigo. Ir ao cinema quando o Roxy (que abrigava 950 pessoas) apagava as luzes em volta da sua tela de uma maneira quase onírica saindo do laranja para o azul, quando a Bombonière Pathé ainda tinha caramelos em seus vidros. Sinto falta de ir ao Azteca e ver "las peliculas Pel-Mex". Saudade de assentos para quatro pessoas, de tomar uísque na sala dos fundos e ainda assim ver o filme, saudades dos pisos de mármore branco, dos lustres enormes nos tetos trabalhados e sentar no balcão. Uma saudade assim meio lanterninha.

Cine Azteca (só exibia filmes mexicanos)

Cine Palácio

São Luiz lotado

Trio de peso: Capitólio, Odeon e Pathé na Cinelândia.

Cine São Luiz - 1.794 pessoas

Interior do Cine São Luiz (sim! aquele que continua lá no Largo do Machado!)

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