"At the still point of the turning world...", uma frase pinçada da obra de T. S. Elliot, é o mote da Quadrienal de Praga deste ano e, estabelecendo o diálogo com tudo o que o evento se propõe a oferecer, a frase é completada de diferentes maneiras em diferentes paredes ao longo dos pavilhões de exposição...
... elegant is the word;
... absorption and theatricality;
... interruption (is one of the fundamental devices of all structuring).
Até esta edição e por mais de 40 anos o nome completo da Quadrienal de Praga era: Prague Quadrennial International Exhibition of Scenography and Theatre Architecture (Quadrienal Internacional de Exibição de Cenografia e Arquitetura de Teatros de Praga) em 2011, devido a uma mudança de escopo na curadoria, o nome mudou para: Prague Quadrennial of Performance Design and Space (Quadrienal de Design de Performance e Espaço de Prago). Motivo? Basicamente multidisciplinaridade.
Os organizadores perceberam que durante anos a cenografia foi tratada na Quadrienal como uma "disciplina entre o visual e as artes performáticas" porém, atualmente, com todas as tecnologias e todas as possibilidades de misturas de áreas e disciplinas a cenografia evoluiu, agregou e era hora de expandir o evento para dar conta dessas mudanças.
Sob o teto da Galeria Nacional de Praga ou Veletrzni Palace (acentos em várias consoantes que meu teclado não permite) estavam trabalhos de cenografia, figurino, design de luz e som do mundo inteiro. Além de diversos locais espalhados pela cidade abrigando performances, teatro de bonecos, instalações, etc. Aí eu peguei o bonde 12 e fui bater lá. E é mais ou menos assim:
Ver os stands é ver cenografia dentro de cenografia. Nós vemos os cenários e figurinos escolhidos de acordo com o tema e vemos como este tema foi representado no stand. Acaba sendo cenografia de teatro mas também de exposição, misturado com novas idéias para exibir itens que fisicamente não cabem naquele espaço.
No primeiro dia que cheguei gostei muitos dos stands de Israel, Chipre, Espanha, Cuba e Brasil.O simpático stand acompanhava a palavra chave, tudo poderia ser movido e mudado, a estrutura inteira se desdobrava em portas, janelas, gavetas e olhos-mágicos para exibir os cenários. Interatividade sem tecnologia.
Espanha: cenografia simples para mostrar o tema mais palpável da Quadrienal. "Depois do Desenho", apresentava coletivos artísticos que trabalham artesanalmente com cenografia, adereços, figurinos, teatro de bonecos, etc numa forma de demonstrar que artes visuais unem tecnologia e trabalho manual e que seus profissionais mais habilidosos podem estar ameaçados de extinção. Sem dúvida, o item mais cobiçado do evento eram os impecáveis livros de fotografias que apresentavam cada artesão.
Israel: o segundo stand do pavilhão chamava a atenção pela altura e pelo título, "Os mercadores de borracha" e pelas centenas de caixas de supostas camisinhas empilhadas. O stand homenageava Hanoch Levin, dramaturgo israelense.
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