7 de julho de 2011

Zapeando

Ninguém admite que gosta de novela, porém, eu admito que gosto de Cordel Encantado e acho que todo mundo já teve ter comentado como o folhetim não parece novela, parece filme porque tem aquele desfoquezinho, aquele figurino, aquele cenário e é aí que eu entro!

Não preciso dizer que adoro o cenário do Cordel e mais ainda, adoro o figurino. 
Ana Maria Magalhães, produtora de arte da novela saiu do óbvio filtro de barro, panela de barro, santo de barro e misturou tapeçarias nas paredes, tratamentos e texturas e paredes com stêncil e fez um novo sertão.

Diga-se de passagem, parece que inventaram uma estética específica para o sertão. Uma estética que ouvi chamarem uma vez numa palestra de "estética de cordel" e que se popularizou em filmes como "Auto da Compadecida", "Lisbela e o Prisioneiro" e "O Coronel e o Lobisomem". É um nordeste com toques de fábula e romantismo, como se sem isso sertão fosse muito seco para o cinema e para histórias de amor. Mas isso, será assunto de um novo post.

Indo ao ponto finalmente, pela primeira vez, tenho reparado demais nos figurinos de uma novela. Coisa que normalmente é meio pasteurizada, que só muda a cor. O que são os vestidos da Débora Bloch? E as tiaras da Rainha Helena (Mariana Lima) à lá Senhor dos Anéis? Tudo é feito artesanalmente e só a Globo mesmo para bancar.

De acordo com a figurinista cada personagem foi baseado em referências bastante específicas. Os figurinos dos personagens que vem de Seráfia do Norte, como a Rainha Helena, tem como referência a lua, curvas e algumas coisas de "O Senhor dos Anéis".


 

O figurino do Rei Augusto foi baseado no último czar russo, Nicolau II da dinastia dos Romanov, pai da princesa Anastácia, aquela que deu origem a uma lenda bem parecida com a contada na novela.


 



Já sua mulher, Alexandra, rainha mais bem vestida e elegante da época, foi ponto de partida para os figurinos da Rainha Mãe (Berta Loran) e dos modelos embasbacantes de Débora Bloch. E, procurando as fotos para esse post descobri que a estilista russa Nadezhda Lamanova, talento nato da alta costura que, aos 24 anos, já tinha como cliente a czarina que se tornaria a mais bem vestida da Europa. Vale a pena uma pesquisa, sua coleção apresentada em Paris em 1925 tinha os acessórios todos feitos de pão. Avant-garde? Imagina...



Um comentário:

  1. Eu adoro tudo em Cordel Encantado, cenário, atores, fotografia, figurinos...esta novela deveria estar em horário nobre!

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